Essa história é uma ficção. Qualquer semelhança de personagens, organizações ou outras entidades com a vida real é mera coincidência.
Snake: Rio Hudson, dois anos atrás... possuíamos informação confidencial de que um novo tipo de Metal Gear estava para ser transportado. Tudo foi por água abaixo e nossos narizes permaneceram gelados por muito tempo...
2007, Nova Iorque
Um homem vestido com uma capa de chuva preta caminha na ponte George Washington durante uma noite muito chuvosa. O homem joga um cigarro, começa a correr e joga sua capa. Não é possível vê-lo por completo, somente o contorno de seu corpo. De repente, o homem se joga de cabeça da ponte. Uma corda elástica o prende e o homem aterrissa num petroleiro. Muitos raios emanam de seu corpo e o que se vê não é mais somente seu contorno. É Solid Snake, o herói de Shadow Moses, que se esconde como pode na popa do navio. De um helicóptero, Ocelot observa a infiltração girando uma Colt com a mão direita, curiosamente...
Ocelot: Nosso menino chegou bem na hora. Ele vai saber logo, logo...
Abaixado, Solid Snake solicita ajuda por Codec.
Snake: Aqui é Snake, pode me ouvir, Otacon?
Otacon: Em alto e bom som, Snake.
Snake: Deixei-o esperando, hein? Estou no ponto combinado.
Otacon: Tudo como o planejado?
Snake: A camuflagem Stealth queimou: impacto da aterrisagem.
Otacon: Devemos tê-la usado demais. Desculpe, mas terá que lidar com isso. Você não é mais militar.
Snake: Tudo bem, eu não pretendia depender dela de qualquer forma.
Otacon: O setor privado não é tão ruim, é? Privacidade garantida...
Snake: Estou feliz que ninguém mais me dá presentes indesejados.
Otacon: Você se refere àquela coisa com a Naomi?
Snake: Também posso dizer que não sinto falta da babá tagarela.
Otacon: A Mei Ling não é tão ruim assim. Falando nisso, preciso entrar em contato com ela novamente para falar sobre aquele novo flashware da Natick.
Snake: Brinquedos divergentes da SSCEN (51) de novo? Mande pra ela um recado: alguém vai descobrir mais cedo ou mais tarde. Melhor ela assumir o mais rápido possível e se retirar enquanto está segura.
Otacon: Verdade. Certo, Snake, vamos ao trabalho. Você sabe que as especificações técnicas do Metal Gear foram vendidas após o incidente de Shadow Moses, não?
Snake: Tudo coisa do Ocelot...
Otacon: Exatamente. Agora, todo estado, grupo ou dotcom (52) tem sua própria versão do Metal Gear.
Snake: Não é uma arma que se precise esconder hoje em dia com tanto poder nuclear.
Otacon: Esse novo também foi desenvolvido para destruir tudo como qualquer outro modelo. Mas a única descrição consistente é de que é um veículo anfíbio contra qualquer outro tipo de Metal Gear...
Snake: O que explica estar sob jurisdição do Corpo da Marinha.
Otacon: O objetivo dessa missão é confirmar visualmente a existência desse novo Metal Gear e trazer evidências fotográficas. Mas primeiro, quero que vá ao topo da infra-estrutura, à ponte de comando. Precisamos descobrir para onde o navio-tanque está se dirigindo.
Snake: Um pequeno reconhecimento, hein?
Otacon: Há muita coisa que não sabemos sobre esse protótipo. Habilidades, método de funcionamento, não sabemos nem se está perto de sua finalização. Se soubermos onde é a arena de testes, podemos começar a tirar algumas conclusões.
Snake: Certo. Estou a caminho da ponte o mais rápido possível.
Otacon: Tente evitar confrontos. Nossa meta é coletar evidências do desenvolvimento do Metal Gear e expô-las ao mundo. Será melhor se você sair sem alertar ninguém.
Snake: Não se preocupe, eu conheço o esquema... não somos terroristas.
Otacon: Muito bem. Não se esqueça que agora você faz parte da "Philantropy" (53), uma organização anti-Metal Gear oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas.
Snake: Reconhecida, mas ainda sem importância, Otacon...
Otacon: Certo... vamos dar uma repassada na sua arma. É uma tranqüilizante convertida de uma Beretta M92F.
Snake: M9.
Otacon: É meio difícil trabalhar com ela porque precisa ser recarregada a cada tiro já que o gatilho trava.
Snake: Melhor do que procurar uma em território inimigo. E tem um bom silenciador também.
Otacon: A solução química demora alguns instantes pra fazer efeito, mas dura horas. Você pode derrubar um elefante com essa coisa. Cheque a mira a laser também. O tempo pra que alguém seja afetado pelo tranqüilizante depende de que parte do corpo é atingida. Estamos falando de minutos entre acertar membros, peito, cabeça... De equipamento, você possui uma câmera digital...
Snake começa a observar a movimentação dos vigias no navio-tanque.
Snake: Não parecem armados.
Otacon: Ei, Terra chamando Snake! São marinheiros bons, patriotas, não terroristas. Mas não deixe que o vejam...
Snake: Claro. Mas, se acontecer, um belo cochilo não vai machucar ninguém. Mudando de assunto, você tem certeza dessas informações?
Otacon: Absoluta. Hackeadas pessoalmente dos arquivos do Pentágono.
Snake: Sem rastros?
Otacon: Ah, por favor, sou bom demais pra deixar algum...
Snake: Não podemos descartar a possibilidade de alguma armadilha. Estamos carregando um grande peso nas costas.
Otacon: Você está ficando paranóico...
Snake: Espero que sim. Parece que não há mais nada por aqui além de civis.
Otacon: Com todos esses navios passando pelo rio e pelo porto, colocar marinheiros uniformizados no convés seria má idéia. Da costa se tem uma ótima visão também.
Snake: A maré está bem alta. De acordo com os planos de navegação, esse navio deveria ter sido descarregado.
Otacon: Sem dúvida.
Snake: Eu diria que um Metal Gear nos porões do navio deve pesar um pouquinho. Os militares recebem treinamento contra ameaças já na parte externa do navio. E existe SOP (54) para operações antiterroristas também. A segurança deveria ser maior.
Otacon: Você se preocupa demais.
Snake: Qual é o alvo?
Otacon: Como a vigilância via satélite é o maior passatempo internacional hoje em dia, eu diria que o porão de carga. Bem abaixo do deque. Você vê as entradas do navio?
Snake: Parecem haver algumas pelos cantos. Um helicóptero? Que por...
Snake observa soldados encapuzados e uniformizados invadirem o navio. Os soldados, armados também com facas, matam um dos marinheiros e o jogam no mar. Os outros também são mortos de forma a não chamar a atenção de mais marinheiros. Ao limparem a área, se dirigem às salas de controle.
Snake: Parece que não somos os únicos atrás do Metal Gear esta noite.
Otacon: Foi um helicóptero o que acabei de ouvir?
Snake: Afirmativo. Provavelmente, outra cavalaria. Qual o jogo deles? Seqüestro?
Otacon: Provavelmente estão tomando o controle do navio.
Snake: Otacon, quantos homens são necessários para dominar um navio deste tamanho?
Otacon: O navio é controlado por um computador... então, eu diria por volta de dezoito.
Snake: AKS-74u? Russos?
Snake reconhece o tipo de arma carregada pelos soldados invasores e avista também o comandante deles.
Otacon: Tem certeza?
Snake: Nenhum barbeiro da Marinha tem esse corte de cabelo. Estou transmitindo uma foto pelo Codec. Vamos ver se conseguimos uma ID (55) o mais rápido possível.
Otacon: Estou recebendo.
Snake: Parece que agora o tanqueiro é deles. KA-60 Kasatka?
Mais uma vez, Snake ouve o barulho do helicóptero. Desta vez, consegue reconhecer o som.
Otacon: Kasatka? Helicóptero Kamov (56), certo? "Baleias Assassinas"...
Snake: Precisamos descobrir quem são eles.
Otacon: Julgando pelo transporte, não seria algum tipo de tipo de comando militar?
Snake: Não, necessariamente. Podia ser o KA-62, modelo civil.
Otacon: Veja, Snake, tudo o que precisamos é evidência fotográfica do Metal Gear. Assim que a obtivermos, colocamos online e deixamos o local do jeito que está. Então, sem pirotecnias, certo?
Snake: Certo, farei meu melhor.
Otacon: Esta missão não é como a de Shadow Moses. Entre em contato se precisar.
Snake: Entendido.
Otacon: Eu vou esperar assim que passar pela ponte Verrazano (57). Você precisa cair fora do navio até lá.
Snake: Entro em contato.
Snake chega à ponte do comando do navio. Cuidadosamente, entra e percebe alguns marinheiros mortos pelo chão. Da janela da frente, Snake vê os mesmos helicópteros sobrevoando o navio enquanto mais soldados vão descendo por cordas. Snake mexe em alguns controles.
Otacon: Snake, achou para onde o navio está indo?
Snake: Estou olhando. Longitude em 35 graus, latitude por volta de 58.
Otacon: Mais de 800 quilômetros da costa de Bermudas, no meio do Oceano Atlântico. Então, o protótipo está pronto para testes solo... Basicamente, de combate. Também está fora da área da Segunda Esquadra (58). Deve ser um projeto apenas da Marinha, o que significa desenvolvimento independente, sem assistência Naval. Seja como for, uma análise pode ser deixada pra depois. Snake, você precisa ir até os porões e localizar o Metal...
Snake: Ãhn?!
Um barulho numa das portas de entrada para a cabine os assusta. Pelo vidro, Snake enxerga um soldado bem jovem de cabelos esbranquiçados portando um rádio. Ao sair, Snake se esconde atrás de algumas caixas e presta atenção na conversa.
Rádio: Shalashaska já aterrissou. Estou a caminho dos porões. Reporte seu status.
Olga: As salas de controle, de comunicações e dos motores estão sob controle. Todas as entradas e saídas dos porões estão vigiadas. Sensores infravermelhos instalados e operantes.
Rádio: Bom trabalho. Os explosivos estão nos locais certos?
Olga: Sim, foram todos instalados já.
Rádio: Ouça. Assim que colocarmos as mãos no que precisamos, o navio vai para baixo d'água.
Olga: E o comandante do veículo?
Rádio: É o único que passou pelo treinamento em VR. Ninguém além dele consegue pilotar.
Olga: Ele é confiável?
Rádio: Sua parte nessa missão já foi cumprida. Você precisa deixar esse lugar.
Olga: Não, ainda não terminei!
Rádio: Eu vejo a lua mesmo com essa tempestade, branca como a morte. Estou com um mau pressentimento sobre a missão... Você me prometeu que deixaria a unidade assim que completasse a missão. Não se preocupe, esse é um país de "liberdade".
Olga: Não, eu não tenho pra onde ir. Pai, quero ficar e lutar.
Rádio: Você não faz as escolhas aqui, Olga! Preciso lembrá-la de que está carregando meu neto?
Olga: ...
Rádio: Você vai pegar o helicóptero e cair fora daqui nesse instante!
Olga: Ãhn?! Droga!!!
A transmissão cai abruptamente. Olga acena pra um dos helicópteros ir embora. Assim que o helicóptero sai, Snake a rende.
Snake: Mãos ao alto! Agora! Jogue sua arma pra fora do navio, cuidadosamente.
A mulher obedece.
Snake: Uma mulher? Mostre seu rosto.
Olga: Vocês homens... são todos iguais.
Snake: Quem é você?
Olga: Somos nômades. Sonhadores.
Olga tenta dar as costas para Snake.
Snake: Eu disse pra não se mexer!
Olga: Americanos... então vocês atiram em mulheres também?
Snake: Eu também sou um nômade. O que mais tem aí? A faca... tire-a e jogue-a.
A mulher tira a faca da capa perto do ombro e tenta colocá-la no chão perto de seus pés.
Snake: Não aí, jogue-a para fora do navio. Espere, congele nessa posição. Vire-se devagar.
Ela levanta as mãos e começa a se virar com a faca na mão.
Olga: Você sabe o que está fazendo.
O navio balança de forma brusca. A chuva pára.
Olga: A chuva parou... Não tão ruim assim, não? Digo, Nova Iorque... E isso conclui nossa conversa!
Olga vira-se muito rapidamente e parece disparar um tiro de sua faca. Snake percebe sua ação e se esconde atrás das caixas novamente desviando-se do tiro.
Snake: Utilizando uma faca pra surpreender... você é da Spetsnaz?
Olga: Acho que você até merece um crédito. Nunca ninguém desviou desse tiro... mas ninguém tem a mesma sorte duas vezes!
Os dois trocam alguns tiros.
Olga: Eu faço parte da unidade desde que nasci. Cresci num campo de batalha: o conflito e a vitória eram meus pais. Nós dividíamos tudo... tudo de bom e tudo de ruim. Eu não tenho ninguém... nada além da unidade, nada mais me importa. Quem quer que você seja, não vai nos parar!
Após alguns tiros, Snake finalmente consegue tranqüilizá-la. Uma câmera de vigilância aérea controlada por controle remoto (Cypher) aparece perto de Snake, faz um barulho por um tempo e deixa o local. Snake revista o corpo de Olga, pega sua arma e contata Otacon.
Snake: Otacon, o navio parece estar sob controle deles. Os homens têm equipamento russo, mas não consegui descobrir de onde vêm.
Otacon: Eu já sei quem são.
Snake: Sabe?
Otacon: Conseguimos a ID do comandante.
Snake: E quem é?
Otacon: Sergei Gurlukovich.
Snake: Gurlukovich? Um dos parceiros do Ocelot?
Otacon: Sim, o coronel do GRU (59). Era com quem Ocelot deveria se encontrar após o incidente de Shadow Moses...
Snake: Estão atrás do Metal Gear...
Otacon: Parece que tudo mudou. A coisa não vai ser simples como pensávamos.
Snake: Pode ter certeza. Eu vi uma câmera controlada por controle remoto há pouco, parecia uma Cypher.
Otacon: Uma Cypher-T da Marinha?
Snake: Não, Exército.
Otacon: Primeiro, a Marinha; depois, os russos... agora, o Exército?
Snake: Você está certo, isso não vai ser simples.
Otacon: Snake... tem uma coisa que eu precisava lhe contar.
Snake: O quê?
Otacon: Nós não desenterramos essa informação sobre o Metal Gear sozinhos... Não como normalmente fazemos.
Snake: E como descobriu?
Otacon: Foi uma pista... uma pista anônima.
Snake: Anônima? Você nunca confiou em uma, por que começaria agora?
Otacon: Ah, bem... eu tenho uma irmã... uma irmã mais nova, adotada. Temos pais diferentes. Só convivemos por dois anos.
Snake: Você nunca comentou nada antes. Mas e aí?
Otacon: As iniciais do mensageiro era "E.E.".
Snake: "E.E."?
Otacon: Seu nome era Emma, mas eu sempre a chamava de "E.E.".
Snake: Emma Emmerich?
Otacon: Sim... e isso me chamou a atenção. Até imaginei que poderia ser coincidência, mas isso não parava de martelar na minha mente. Realmente não há quem saiba sobre nós.
Snake: E quando foi a última vez que a viu?
Otacon: Há dez anos.
Snake: Acha que foi uma armadilha? Pra nos atrair aqui?
Otacon: Não sei. Depois da dica, eu entrei no sistema do Pentágono pra confirmar.
Snake: Certo...
Otacon: Cuide-se, Snake. Talvez eu tenha me precipitado.
Snake: Tudo bem, eu consegui uma arma aqui, eu posso atirar de verdade agora. Está sem munição, mas é uma 9mm como as da Marinha. Eu acho munição por aí.
Otacon: Não se empolgue muito com essa coisa.
Snake: Pode deixar.
Nas entradas para o porão, vem um anúncio. "Acabamos de passar pela ponte Verrazano. Todas os vigias se dirijam ao porão em dez minutos para a sessão agendada com o comandante. A ordem é para manterem seus postos até essa hora." Snake entra nos porões enquanto um soldado russo tranca a passagem cuidadosamente sem fazer barulho. O soldado chama Sergei Gurlukovich pelo rádio.
Soldado: Coronel, selamos as passagens.
Gurlukovich: Certo.
Soldado: A parte superior também está sob nosso controle.
Gurlukovich: Estamos na proa, prontos para descermos até o porão.
Soldado: Senhor, o comandante da Marinha já começou o discurso.
Gurlukovich: Vamos terminar as preparações até o final do discurso.
Soldado: Todas as comunicações com os porões foram cortadas. Ninguém percebeu nossa presença ainda.
Gurlukovich: Não descuide até sairmos.
Soldado: Sim, senhor. Tomaremos conta com nossas vidas, se necessário.
Gurlukovich: E mais uma coisa...
Soldado: Sim, senhor?
Gurlukovich: Minha filha, cuide da segurança dela.
Soldado: Sim, senhor.
O soldado desliga o rádio e toma um susto ao ver alguém se aproximar.
Soldado: Quem está aí?
Ocelot: ...
Soldado: Ah, Shalashaska. Por que veio pra cá? Imaginei que estaria junto do coronel... O quê...
Shalashaska (Revolver Ocelot) aponta sua Colt para a cara do soldado e atira sem dó.
Ocelot: O coronel vai se juntar a você logo, logo... Parceiro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário