sábado, 31 de março de 2012

Paraíso


Otacon: Snake, aqui está o que conhecemos sobre esse conflito. As unidades da guerrilha rebelde estão avançando sobre a base das tropas da PMC do governo. Essa base parece ser o porto seguro do Liquid. De acordo com os dados da Naomi, ela está aprisionada dentro do complexo.
Snake: É onde ela está?
Otacon: Assumindo que os dados estão corretos, sim. E mais uma coisa...
Snake: O quê?
Otacon: As tropas da PMC do governo têm operado em altas altitudes. Temos relatórios dizendo que isso está começando a afetar o balanço do sistema de controle dos nanomachines.
Snake: Querendo dizer que...?
Otacon: Querendo dizer que o sangue com menos oxigenação parece ter um efeito nos nanomachines, deixando-os mais agressivos em confrontos. Tome cuidado.
Snake: Evitar síndrome de altitude. Entendido.

Snake examina de longe o pequeno vilarejo que chegara utilizando o zoom de seu Olho Sólido. Alguns soldados da PMC do governo mantêm rebeldes sob controle. Subitamente, um dos rebeldes começa a flutuar. A atenção de Snake é tomada por um homem, vestindo um sobretudo preto, na porta de um prédio em chamas ao lado.

Snake: Vamp...
Polvo cibernético: O Snake não está por aqui!

Vamp dá ordem à criatura mecânica parecida com um polvo - a mesma que surgiu no Oriente Médio - para exterminar os rebeldes. A face da criatura se transforma e fica idêntica à de Snake.

Polvo cibernético: Riam... Riam! Continuem rindo!

A criatura dizima os rebeldes. Enquanto ela agarra o último deles e se prepara para matá-lo, Vamp tenta fazê-la parar, mas ela o ignora. Vamp é obrigado a jogar uma faca em um dos seus tentáculos.

Vamp: Fera! Poupe um.
Polvo cibernético: Não se esqueça desse rosto... Esse é o rosto do imbecil que matou seus parceiros.

Após mostrar ao rebelde o rosto de Solid Snake camuflado em seu próprio rosto, ela deixa o rebelde cair no chão. Um tanque de guerra se aproxima para buscar Vamp. A criatura esquisita agarra o tanque com seus tentáculos após Vamp entrar, sua face retorna ao estado normal e ambos partem.

Vamp: Mais guerrilheiros vão chegar para bagunçar a casa de segurança. E ele vai vir junto com eles. Mais cedo ou mais tarde, ele vai aparecer. Não abaixe sua guarda.
Polvo cibernético: Riam... riam!

O rebelde que caiu permanece no chão, pronto para ser executado pelos outros soldados da PMC.

Snake: Otacon, que merda foi essa?
Otacon: Era o... Vamp! Tenho certeza. Nunca vou esquecer o rosto dele.
Snake: Os soldados dessa PMC estão com ele. Ele está envolvido no plano do Liquid?
Otacon: Ele morreu em Manhattan! Que droga! Ele não vai nos deixar em paz? Snake, será que ele é imortal?
Snake: Sem chance. Isso aqui é real, não um jogo de fantasia.
Otacon: Juro que da próxima vez que ele aparecer...
Snake: Não agora, Otacon!
Otacon: Tudo bem... eu sei... Snake, de acordo com as imagens de satélite tiradas pela Mei Ling, o estabelecimento onde a Naomi está presa é ao norte, perto de uma estrada no meio das montanhas. Estou mandando a localização para o seu mapa.
Snake: Mei Ling? O que ela tem feito?
Otacon: Comandando o Missouri, aparentemente.
Snake: O Missouri? Mas isso é um navio militar da Segunda Guerra.
Otacon: O contrato do museu no Havaí expirou há um tempo já. Ouvi dizer que está sendo usado como um navio de treinamento virtual.
Snake: Sem zueira...
Otacon: Claro que não para treinamento de combate real, mas melhor ter marinheiros com conhecimento de navegação do que num navio parado... pelo menos é o que ouvi. Depois da bagunça em Shadow Moses, meio que aposentaram a Mei Ling.
Snake: Por isso mesmo, torná-la capitã nessa idade é bem impressionante.
Otacon: Rumores dizem que ela chamou a atenção de um admirador mais velho que a promoveu. Ela sempre teve uma queda por homens mais velhos...
Snake: Talvez fosse muito cedo para aposentá-la...
Otacon: Pensando em fazer um treinamento num navio, Snake?
Snake: Não. No meu estágio, não preciso de mais nenhum treinamento.
Otacon: Realmente. Ouça, Snake. Quando entrar no vilarejo, lembre-se: o conflito entre a PMC e os rebeldes não tem nada a ver com a sua missão. Não há razão nenhuma para se envolver ou tomar partido de um dos lados. Claro, influenciar um lado no conflito pode criar uma condição melhor para se infiltrar. O alvo dos rebeldes é o estabelecimento usado pela PMC como base. Mais ou menos o mesmo ponto que a Naomi está presa. Se você auxiliar os rebeldes, eles podem se livrar de alguns soldados da PMC e ajudá-lo a entrar. 
Snake: Aquela criatura que acabei de ver, cheia de tentáculos, estava usando o mesmo sistema de camuflagem OctoCamo que a minha roupa?
Otacon: Sim.
Snake: Achei que essa tecnologia tivesse sido criada por você.
Otacon: Na verdade, meio que me baseei nuns projetos que a Sunny conseguiu na rede...
Snake: E os dados vêm de onde?
Otacon: DARPA.
Snake: Em outras palavras, estamos no mesmo nível, tecnologicamente.
Otacon: Desculpe. Acho que devia ter contado.
Snake: E pelo visto, eles sabem que eu estou chegando também.
Otacon: É. Pode ser uma armadilha, fique alerta.

Snake prossegue pela vila quando recebe uma ligação de Campbell de uma freqüência diferente.

Campbell: Snake, tem uma pessoa que gostaria que conhecesse, também membro da equipe da missão, uma psicóloga.
Snake: Psicóloga?
Campbell: Muitos soldados não conseguem lidar com o estresse das batalhas e entram em pânico. Ela pode ajudá-lo a entender as mentes dos soldados da PMC e dos rebeldes.
Snake: Que é ela?
Campbell: Rosemary!
Rose: Que bom conhecer você, Snake.
Campbell: Esta é a Rosemary. Ela trabalhava como analista de dados no Pentágono, mas mudou-se para o suporte de combate durante o incidente da Big Shell.
Snake: Claro. Era encarregada dos arquivos do Jack, não era?
Campbell: Depois disso, ela estudou psicologia e agora é conselheira do CSP, o Pelotão de Estresse de Combate.
Snake: Ouvi dizer que o aconselhamento psicológico é um campo em alta atualmente. Aumentam a eficiência e a produtividade em combate mesmo sem nunca terem segurado uma arma.
Rose: Vou ser sua conselheira pessoal nessa missão. Desde a virada no milênio, uma das mais importantes tarefas dos militares é o cuidado mental dos seus soldados. Também posso prover informação sobre soldados avaliando o tipo de ameaça. Pode me chamar a qualquer momento. Vou ficar aqui na casa do Roy, mas numa freqüência diferente.

Campbell muda para a própria freqüência para continuar a conversa com Snake.

Campbell: Os conselhos dela podem ter um efeito positivo. A sobrevivência em campo depende de como está o seu nível psicológico. Perdendo sua tranqüilidade, o corpo pára de responder à mente. Ainda que veteranos como você.
Snake: Eu sei. Mente, corpo e técnica. Algumas coisas não mudam com o tempo. Falando nisso, Coronel, você está em casa, não?
Campbell: Bem, estou.
Snake: Então é ela a mulher que você casou, a que a Meryl comentou.
Campbell: É a Rosemary, sim. Não contei antes?
Snake: Essa é nova pra mim. E o Jack?
Campbell: Jack?
Snake: Jack, da FOXHOUND, codinome Raiden. Lembro que os dois eram comprometidos.
Campbell: Ah, o perdemos...
Snake: O Jack morreu? Eu trabalhei com o cara! Ele que salvou a Sunny das mãos dos Patriotas.
Campbell: Ele desapareceu depois disso.
Snake: E você? O Jack desapareceu e você resolveu tomar conta da Rose?!
Campbell: Eu estava a consolando da perda... e uma coisa levou à outra...
Snake: Ela tem idade pra ser sua filha.
Campbell: Sim! Sortudo eu, né?
Snake: Agora entendo porque Meryl estava tão enojada.
Campbell: A Meryl falou algo sobre mim?
Snake: Sim, acredito que as palavras dela foram "Eu nunca vou me esquecer desse merda acolhedor de mulheres carentes".
Campbell: Entendo.
Snake: Coronel, você sabia que a Meryl era a nossa informante no Oriente Médio, não sabia? Foi você quem a colocou nisso?
Campbell: Sim. Usei minhas conexões no Exército para dar o trabalho a Meryl.
Snake: Você queria sua filha num lugar onde pudesse olhar.
Campbell: Veja, todos envolvidos no incidente de Shadow Moses ou perderam seus trabalhos ou, no caso da Meryl e da Mei Ling, foram colocados de lado. A Meryl queria voltar, fazer diferença. Nem todos conseguem ser tão fortes como você, Snake. Alguns de nós não agüentamos viver rejeitados.
Snake: Desde Shadow Moses, fui marcado como um criminoso...
Campbell: Eu penso nisso como o meu pequeno modo de fazer a minha filha, meu próprio sangue, se sentir bem. De qualquer forma, chame a Rosemary se precisar de algum conselho.

Mais para frente, ainda nas montanhas, Snake recebe mais um chamado, desta vez, de um contato desconhecido, com uma respiração muito forte, quase ofegante.

Snake: Quem é você?
Contato: Snake...
Snake: Essa voz.
Contato: Há uma armadilha à frente. Tropas do Governo e da PMC. Você pode tomar um tiro de qualquer lugar. Olhe em volta para os pontos mais longes.
Snake: Quem está falando é o Jack?
Contato: O Jack morreu. Snake, estou do seu lado.
Snake: Espere!

O contato termina a ligação rapidamente. Mais para frente nas montanhas, há uma estação de energia onde o conflito entre soldados da PMC aliados às tropas do governo local e os rebeldes se torna mais intenso. Snake consegue se infiltrar evitando a região pelas bordas. Num local aparentemente mais calmo, Snake pára um pouco, se apóia num tanque de guerra e acende um cigarro, mas um macaco do nada pula em sua direção e rouba o cigarro de sua boca. Snake aponta sua arma para cima do tanque, onde o macaco foi parar, e o tanque muda sua camuflagem, revelando ser o mesmo usado por Drebin.

Drebin: Ei! Por aqui.
Snake: Você...
Drebin: Vamos, entre. Está ficando quente aí fora.

O macaco tenta entrar no tanque com o cigarro roubado, mas Drebin aponta para ele em sinal de reprovação. O macaco deixa o cigarro e entra junto com Snake no tanque.

Snake: Está me seguindo?
Drebin: Você me pareceu um cara interessante, então decidi checar. Sente-se. Muitas lendas sobre você nas comunidades de inteligência por aí. Especialmente na CIA. Sabe os nanomachines que injetei em você no Oriente Médio? Possibilitaram-me rastrear sua posição.
Snake: ...
Drebin: Pensando o quê? As B&Fs estão aqui. A parada vai ficar pesada.

O mesmo pássaro cibernético que Snake viu no Oriente médio passa rapidamente voando pelo local.

Snake: B&Fs?
Drebin: Nunca ouviu falar nelas? Nas Belas e as Feras? São chamadas assim. Um esquadrão de mulheres com habilidades melhoradas. Pertencem às PMCs. Qualquer lugar que precise de uma limpezinha, elas entram em cena para liderar as tropas.
Snake: São mulheres?
Drebin: Provavelmente cobram por trabalho e são contratadas pelas PMCs. São comandadas por outra organização separada. Acho que é hora do bom e velho Drebin explicar umas coisinhas... Desde quando você apareceu no Oriente Médio, as Tropas B&F obtiveram licença para matar. A prioridade número um delas é eliminar um certo cara... um cara chamado... Solid Snake. De onde vejo, talvez "Old Snake" pareça mais apropriado...
Snake: Velha cobra...
Drebin: Comemore... essas são as más notícias. Dizem que por trás daquelas roupas feias pra caralho, as B&Fs são lindas... lindas assassinas. Dizem também que foram afetadas pela guerra. Bem afetadas. Não eram nem soldadas pra começar. Eram vítimas de guerra. Sofreram choque nervoso em campo de batalha... pós-traumáticos. Danificaram as mentes delas sem cura... E a única forma que acharam pra lidar com essa realidade foi se tornarem máquinas da guerra. Os resquícios de humanidade ficaram lá no fundo somente. A fera que você viu... é o que sobrou. A guerra nos transforma, Snake... em bestas.
Snake: A guerra nos transforma...
Drebin: Mas no fundo dessas cascas, algo humano ainda sobrevive. Corações frágeis, assustados... Sem essas cascas protetoras, elas são como gemas de ovo. Dizem por aí que os corpos delas de carne e osso não conseguem sobreviver sem proteção por mais do que alguns minutos. E as convenceram que matando esse Solid Snake, suas mentes estariam livres. Acham que vão se livrar de toda dor, de toda fúria, de todo o sofrimento... o que faz delas obcecadas pela sua morte.
Snake: ...
Drebin: Quatro B&Fs foram identificadas até agora. A que você viu agora há pouco era a Raging Raven (133). Tem ainda a Laughing Octopus (134), mestre em disfarces... E a Crying Wolf (135), que corre sobre quatro pernas. Finalmente, a rainha em controlar as mentes: Screaming Mantis (136).
Snake: Mantis?...
Drebin: Sim, existia um cara entre os militares dos Estados Unidos com esse nome. Um russo com poderes psíquicos que controlava a mente das pessoas. Acho que ela herdou o título. Ela que mantém as outras B&Fs sob controle com seus poderes.
Snake: Octopus, Raven, Wolf, Mantis...

Lembranças de Decoy Octopus, Vulcan Raven, Sniper Wolf e Psycho Mantis vêm à memória de Snake sobre Shadow Moses.

Drebin: Viu só. São da unidade SNAKEHOUND e você está na mira delas. Que merda... Odiaria estar na sua pele.
Snake: Drebin... Pensei que ninguém pudesse invadir o Sistema. Você está com os Patriotas?
Drebin: Não, senhor. Não faço parte de nenhum La li lu le... Digo... não sou nenhum Patriota.
Snake: Você fala "Patriota". Significa que não tem nenhuma relação, certo?
Drebin: Os nanomachines que eu tenho são diferentes dos militares. Sem restrição de fala pra mim.
Snake: Quem são afinal esses Patriotas? São humanos?
Drebin: Não mais. São as leis desse mundo, criados pelo curso da história. O que mantêm o mundo em ordem, o que mantêm essa bagunça toda sob controle.

Palavras do Coronel Campbell em forma de IA no incidente da Big Shell aparecem na cabeça de Snake.

Campbell IA: Nós não temos forma. Somos a disciplina e a moralidade em si que os americanos tanto invocam.
Drebin: Os Patriotas são a América, o maior poder militar do mundo. São a economia da guerra, o que torna eu e você somente engrenagens de uma máquina muito maior. Digo, alguém teve que começar de algum lugar. Mas agora as leis deles tomaram vida própria.
Snake: Vida própria?
Drebin: Sim. O país... A economia da guerra... não são controlados por uma pessoa, são controlados pelo Sistema. Não existe necessidade de uma autoridade de alto nível de decisão. Tudo é movido por um robusto, mas ainda simples sistema de processamento de informação. Uma IA que funciona como uma lei natural. O mundo é um lugar muito mais simples do que a maioria acha. Todo aspecto do Sistema dos Patriotas é monitorado de perto por três IAs periféricas e um coração que as mantém juntas. O Sistema SOP é só uma parte disso. Tudo é suportado por um sistema de controle à prova de falhas. Então nem mesmo você conseguiria entrar nas IAs dos Patriotas.
Snake: E se, hipoteticamente, alguém achar um jeito?
Drebin: Se conseguissem burlar o IDS (137)... Acho que conseguiriam usar como um paraíso, um haven, pra se protegerem.
Snake: Haven?
Drebin: Sabe, como um paraíso fiscal no caso do dinheiro. Na sociedade da internet, temos os net havens, os data havens... Um paraíso, um haven, é um lugar onde as convenções sociais e as regras não se aplicam. Lá no século 20, os ricos abriam contas em bancos de países sem leis para imposto de renda. Era um bom modo de não pagar taxas. Agora vivemos numa sociedade onde o DNA e a informação pessoal de todo mundo são totalmente controlados pelos nanomachines de seus corpos. Não vai demorar muito para que as pessoas comecem a usar paraísos para fugir desse controle. Posso dizer que minha lavagem de armas meio que usa esse conceito de paraíso, mais ou menos. Agora, boa sorte para quem tentar acessar as IAs dos Patriotas de fora. É absolutamente impossível. Como eu disse, não tem como acessar essas IAs... de fora.
Snake: Mas o Liquid tem algo em mente. Tem certeza que não tem jeito?
Drebin: Sou só um lavador de armas. A única razão pela qual me interessei em você é porque você pode causar muito tiroteio!
Snake: ...
Drebin: Certo, caso precise, me chame.

Snake deixa o tanque para continuar sua missão e Drebin também toma seu rumo.

Drebin: Meus olhos têm você.


Mais um chamado perto da casa onde Naomi supostamente está presa.

Contato: Snake, pode me ouvir?
Snake: É o Jack, não é?
Raiden: É o Raiden. O Jack morreu.
Snake: Onde você está?
Raiden: Bem ao seu lado.
Snake: Raiden, por onde andou esse tempo todo? O que tem feito?
Raiden: Numa missão, procurando uma coisa... pra uma pessoa.
Snake: Procurando o quê?
Raiden: O corpo do Big Boss.
Snake: O quê?
Raiden: Fui obrigado a fazer isso em troca da localização da Sunny.
Snake: Liquid?
Raiden: Não. A líder de um pequeno grupo da resistência. Seus seguidores a chamam de Matka Pluku (138).
Snake: Matka Pluku... Big Mama (139).
Raiden: Vamos terminar essa conversa mais tarde. Vou seguir seu rastro e nos encontramos mais tarde.
Snake: Espere! E o corpo do Big Boss?
Raiden: Está com ela agora.
Snake: Com ela?

A transmissão se encerra e Snake liga imediatamente para Rose.

Rose: Como vai, Snake?
Snake: Rose, acabei de receber uma ligação do Raiden. Parece que ele está por perto.
Rose: Jack?
Snake: Sim.
Rose: Ele estava... ele estava bem?
Snake: Pelo que posso dizer da voz dele, estava.
Rose: Mesmo? Como é bom ouvir isso! Snake, tenho que pedir um favor...
Snake: O quê?
Rose: Não conte que estou envolvida nessa operação, tudo bem? Acho que é melhor deixá-lo em paz por enquanto.
Snake: O que aconteceu entre vocês?
Rose: Depois do incidente da Big Shell, ele se tornou instável. As memórias de infância começaram a aparecer, quando ele lutava com o Solidus na Guerra Civil da Libéria. No meio de tudo aquilo, nosso filho nem tinha nascido ainda... E ele começou a não aparecer mais em casa e, quando aparecia, era bêbado. Às vezes, cheio de cortes e hematomas. O Roy ficou preocupado. Ele era o comandante do Jack, mas o Jack só o evitava. Eu estava sozinha e o Roy era muito gentil comigo. Ele que me incentivou a me tornar uma conselheira. Sei que soa como uma desculpa, mas eu precisava superar aquilo, continuar com a minha vida. Eu me preocupava com o Jack, claro, mas eu também tinha medo dele.
Snake: Tudo bem, vou me manter calado.
Rose: Obrigado, Snake.

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