sábado, 17 de março de 2012

Não somos cópias do nosso pai

Enquanto Snake procede em direção ao acampamento de Liquid, ele passa por vários militantes usando tratores para limpar a rua à frente. De longe, ele somente observa: os tratores emperram no meio da rua e não conseguem avançar. O fato chama a atenção dos homens que se dirigem à frente dos tratores para checar o que os impede de continuar. O choro alto de uma espécie de lobo cibernético gigante ecoa no ar. Os militantes descarregam suas armas contra a criatura sem fazer um arranhão.

Militante: É a besta!!!

Nesse momento, um pássaro cibernético lembrando um corvo vestindo uma armadura bem resistente também passa pelo local num vôo rasante dizimando alguns dos soldados que atiravam no lobo. Sem acreditar no que vêem, os militantes tentam fugir.

Corvo cibernético: Fúria!!! Fúria!!!

Contudo, são impedidos por outra criatura mecânica: corpo de mulher, mas sua cabeça possui muitos tentáculos lembrando a forma de um polvo. Um dos militantes é envolvido por seus tentáculos e espremido até a morte.

Polvo cibernético: Riam comigo!!!

O líder militante tenta correr, mas é totalmente paralisado. Seu corpo começa a levitar e se retorcer como se fosse uma marionete. Sem controle de seu rifle, o líder atira em outros três militantes e tem seu corpo partido em dois ainda no ar. Snake olha para o alto e vê uma pessoa usando uma armadura tão resistente quanto à dos outros animais cibernéticos flutuando e movimentando suavemente suas mãos.

Snake: Não pode ser... Será o Psych...

Snake volta sua atenção ao polvo que começa a matar brutalmente outros militantes. Os que conseguem correr são mortos pelo corvo que dispara mísseis do alto destruindo mais prédios da cidade. Em prantos, o lobo corre para todos os lados atirando para o alto os que ainda sobreviveram. Atira também o trator capotando-o como se fosse um brinquedo.

Corvo cibernético: Mostre-me sua fúria!!!
Polvo cibernético: Não é engraçado?!


Após dizimarem o local, as criaturas mecânicas partem. A última a desaparecer de vista é a pessoa com poderes telecinéticos que flutua de maneira elegante. Snake sai de seu esconderijo examinando a brutalidade cometida pelas quatro bestas.


Logo depois, a PMC que agia do lado do governo toma conta do local estabelecendo a "ordem". Snake avança sem ser percebido e alcança o acampamento onde Liquid está. Ele instrui o Mk.II para não avançar enquanto ouve a conversa dos soldados.

Soldado 1: : Ei!
soldado 2: : ...
Soldado 1: Vem aqui. Estamos com problema de comunicação. Vá checar.
Soldado 2: Sim, senhor.
Snake: Otacon, espere aqui.

Snake procura uma posição para enxergar melhor o acampamento e utiliza o Olho Sólido para aproximar sua visão. Seu alvo aparece na laje de uma construção não terminada. É Revolver Ocelot com sua personalidade já totalmente dominada por Liquid Snake.

Snake: Liquid!

Snake avança com sua arma apontada para Liquid Ocelot notando que Meryl está em outra janela no mesmo prédio. Ela usa o rádio de Ed para se comunicar.

Meryl: Eu sabia! Snake, você veio pra cá para matar o Liquid, não foi?
Snake: É essa a missão. Você vai me impedir?
Meryl: Minha missão é inspecionar as PMCs, não estou em posição de agir. Tudo que posso fazer é assistir, não posso ajudar. Entendeu? Sou uma pacificadora aqui pra manter a ordem.
Snake: Entendido.

Snake mira bem para Liquid Ocelot enquanto ele observa suas tropas do alto da construção. A unidade de Meryl se aproxima do acampamento central. Nesse momento, Liquid Ocelot dá uma ordem via rádio para alguém desconhecido.

Liquid Ocelot: Ativar.

Snake sai de seu esconderijo pronto para atirar enquanto gritos das tropas de Liquid são ouvidos. Meryl, Ed e Jonathan também ouvem e se surpreendem.

Meryl: O que é isso?

Os soldados da PMC começam agir de forma estranha. Uns começam a chorar desesperados, outros por culpa. Outros sentem raiva e começam a bater em seus companheiros. O campo se torna uma bagunça com tantos soldados agindo de formas distintas. Não existe mais ordem entre eles, parecem agir instintivamente, sem escrúpulo, de forma primal. Meryl, Ed e Jonathan também sofrem os mesmos efeitos. Meryl vomita e mal se mantém em pé. Akiba é o único que não parece sentir nada.


Akiba: Jonathan! Comandante! Comandante...

Liquid e a mulher misteriosa que Snake viu nas fotos de Meryl observam tudo do alto.

Liquid Ocelot: Nunca pensei que seria tão fácil... Esses resultados... animadores, não acha?

A mulher dá as costas para ele e vai embora sentindo nojo. Snake também é afetado pelo o que acontece com os soldados, mas de uma forma bem mais amena. Ele se aproxima bem da construção onde Liquid está, mas não tem total controle do seu corpo. Liquid nota Snake no meio dos soldados enquanto tira seus óculos de sol.

Liquid Ocelot: Irmão! Quanto tempo!
Snake: Liquid!
Liquid Ocelot: Contemple! Não somos cópias do nosso pai enfim!!!
Snake: ...
Liquid Ocelot: Estamos livres das correntes do destino! Snake, meu irmão! Estamos livres! Veja, Snake!... veja como superei minha própria origem!
Snake: ...

Snake mal consegue se manter em pé. Ele derruba sua arma e cai no chão já fora da visão de Liquid. A mulher misteriosa que estava no alto aparece ao lado de Snake, tirando a toca de seu casaco e mostrando seu rosto. Ela injeta uma seringa nela mesma e depois a deixa cair no chão ao lado de Snake.

Snake: Naomi?
Naomi: Snake... Se você não quer ser um prisioneiro do destino... então vá. Complete-o.

Ela deixa Snake à deriva. Liquid sobe mais um andar no prédio e sobe num helicóptero que se aproxima para buscá-lo. Ele coloca seus óculos de sol novamente e observa a dor de Snake no meio do campo. Naomi também sobe no helicóptero com ele. A dor que Snake experiencia é tanta que seus olhos se avermelham e ele fica à beira de um desmaio, como os outros soldados da PMC.

Akiba: Snake! Ei! Ei, está se sentindo bem? Segure-se em mim.

Akiba ajuda Snake a caminhar enquanto vai perdendo a consciência...


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